Aventura em um fusca azul

 Um livro escrito em três Atos e três Pontos de Virada

Quando decidi aceitar o desafio de escrever o livro que viria a se chamar: Aventura em um fusca azul – trajetória missionária no Uruguai – Pr. Geraldo e Elvira Rangel revi todas as minhas anotações das aulas de roteiro que tive com o professor Erick Azevedo no curso de Artes Visuais na Casa dos Quadrinhos em Belo Horizonte; além disso,  comprei e li o livro O caminho das Pedras de  Ryoki Inoue,  autor de inúmeros  livros de leitura fácil, mais precisamente 1035 livros publicados na época da edição citada. Também reli o livro a Jornada do Escritor de  Chistopher Vogler conhecido  roteirista que fez um apanhado das pesquisas de Joseph Campbbel, no contexto antropológico em que estuda de forma profunda as mil faces do herói dos grandes mitos e histórias dos povos em suas várias épocas. De acordo com esses estudiosos os roteiros que mais agradam aos leitores ou expectadores são aqueles estruturados em Três Atos e dois ou cinco Pontos de Virada. Pontos de Virada  são momentos importantes que mudam o rumo da história de vida do personagem, colocados intencionalmente entre os Atos de forma a manter o interesse do leitor.

Para aqueles que gostam de escrever vale dizer que o Primeiro Ato de um roteiro corresponde a mais ou menos 25% da obra e é usado pelo escritor/autor para as apresentações dos personagens principais noseu mundo comum ou seja, no seu ambiente natural. Nesse ponto da história o escritor/autor acena com um acontecimento que tirará o personagem da sua zona de conforto e jogá-lo-á em um mundo diferente, que Vogler chama de mundo especial. Aqui estamos falando do Primeiro Ponto de Virada, que é aquele acontecimento relevante que requer do personagem uma tomada de decisão que mudará o rumo de sua vida. A essa tomada de decisão Vogler chama de aceitação ao chamado à aventura. No caso de Geraldo e Elvira, personagens principais da história Aventura em um fusca azul o primeiro Ponto de Virada se deu no momento em que os jovens decidiram obedecer ao chamado de Deus para a obra missionária e, largando tudo o que estavam vivendo e fazendo buscaram o preparo para o ministério, ele no Seminário Batista do Sul do Brasil e ela no Instituto Batista de Educação Religiosa.

Após essa mudança completa no rumo da história ela entra no Segundo Ato que tomará mais ou menos 50% do livro. Aqui os personagens já estão na parte que Vogler chama de mundo especial.  Em busca do alvo para o qual foi chamado o personagem enfrenta todos os obstáculos que envolvem essa maior parte da obra. No caso em questão abrange o preparo dos jovens Geraldo e Elvira, a consagração ao pastorado, o casamento, o comissionamento, os campos missionários de Melo e Durazno no Uruguai, bem como o nascimento de seus filhos. Após grande parte dos obstáculos vencidos, e estando a igreja organizada e estruturada na cidade de Durazno acontece na história outro Ponto de Virada que muda o rumo dos personagens que agora são cinco, pois a família foi acrescida por Deus com a chegada de Daniel, Eliane e Ana Cristina. Nesse ponto da história estamos prestes a entrar no Terceiro Ato.

O Terceiro Ato se dá após outra tomada de decisão, a de iniciar uma frente missionária na cidade de Atlântida, região de lindas praias e sem nenhuma igreja batista. Esses 25% da obra gira em torno desse trabalho em que o casal organiza mais uma igreja, começando do zero e seus filhos se preparam para o ministério. Daniel no Chile, Eliane e Ana Cristina no Brasil.

O terceiro Ponto de Virada acontece na história no momento em que o casal decide voltar ao Brasil, pois Pr. Geraldo recebe o convite para ser Coordenador Estadual de Missões Mundiais em Minas Gerais.  O livro termina com a volta do casal amadurecido, com uma vasta experiência na vida cristã. Esse ponto da história é chamado pelos roteiristas de “o retorno transformado” quando o personagem volta ao seu mundo comum, só que agora  transformado pelas experiências da aventura vivida.

Senhorinha Gervásio

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